sábado, 28 de novembro de 2009

Evoluçao dos Dinossauros

Ao contrário do que muitos imaginam, nem todas as espécies de dinossauros viveram ao mesmo tempo. Durante os 160 milhões de anos em que dominaram o planeta muitas espécies surgiram e muitas desapareceram. Nessa seção você conhecerá um pouco do processo de evolução das espécies e dos grupos de dinossauros ao longo da Era Mesozóica.

Carnívoros
Os primeiros dinossauros eram todos carnívoros. Somente com alguns milhares de anos algumas espécies passaram a preferir uma dieta vegetariana.

Um dos mais antigos dinossauros carnívoros que se tem notícia foi o Herrerasaurus, (abaixo) que viveu no médio Triássico, há cerca de 220 milhões de anos. Com cerca de 5 m de comprimento, era um dos mais formidáveis predadores de seu tempo. Diferente de outros répteis, o Herrerasaurus caminhava nas patas traseiras, o que permitia a utilização dos membros dianteiros para outras tarefas, como por exemplo, agarrar a presa. Acredita-se que dinossauros como esse conseguiam controlar a temperatura corporal, o que trazia vantagens em relação a outros carnívoros.



Ao final do Triássico, há cerca de 205 milhões de anos começam a aparecer dinossauros carnívoros novos e proporcionalmente mais "evoluídos" que o Herrerasaurus. Um desses dinos era o Coelophysis , um animal de 2 m de comprimento, ágil, esperto e inovador. Foi um dos primeiros dinos a viver e caçar em grupos.



Animais como esse pertenciam a um grupo novo de carnívoros, conhecidos como ceratossauros. A partir do Coelophysis novos e mais eficientes ceratossauros apareceram. Um deles era o Syntarsus. Esse dinossauro mais tarde daria origem a outras formas de pequenos predadores, os celurossauros.

Mas alguns ceratossauros resolveram seguir outra estratégia evolutiva. Ficaram maiores e mais poderosos. Um dos primeiros dinossauros carnívoros de grande porte foi o Dilophosaurus. Com quase 7 m de comprimento e pesando cerca de 600 quilos, esse estranho animal dominou a região do Arizona, nos EUA e leste da China há cerca de 190 milhões de anos.



A partir do início do Jurássico novos e aterrorizantes predadores apareceram. Entre os mais mortais estava o Ceratosaurus, um dos raros representantes da linhagem dos ceratossauros. Com cerca de 1 tonelada esse carnívoro era o terror de sua época.



Mas os dias de domínio dos ceratossauros estavam contados. Ao final do Jurássico entram em cena os alossauros, como o Allosaurus e o Saurophaganax , predadores especializados em abater saurópodes e estegossauros. Para isso precisavam trabalhar em grupo.



É possível que estes tenham sido os primeiros grandes carnívoros a caçar em bandos. Mas só o trabalho em equipe não era o suficiente. Os alossauros precisaram também crescer. Animais como o Allosaurus facilmente chegavam às 4 toneladas. Caçando em bandos e sendo os predadores de topo de seu tempo os alossauros foram apropriadamente apelidados de "leões do Jurássico".

Durante o Jurássico não haviam só grandes carnívoros. A partir de animais como o Syntarsus apareceram os celurossauros, pequenos carnívoros do tamanho de galinhas e cachorros. Entre os menores estava o Compsognathus (abaixo), com 60 cm de comprimento. Sua principal dieta era composta de insetos e pequenos lagartos. Acredita-se que complementa-se seu cardápio com carniça.



Outros pequenos celurossauros como o Ornitholestes e o Sinosauropteryx começaram a desenvolver uma nova característica que iria revolucionar o mundo jurássico: as penas.

Acredita-se que animais como esses podem, ainda durante o Jurássico, terem dado origem às primeiras aves. Prova disso é o estranho Archaeopteryx, um pequeno terópode emplumado capaz de voar. Ao final do Jurássico as coisas começaram a mudar, especialmente para os grandes terópodes. Os estegossauros desapareciam e os saurópodes, outra grande fonte de carne, ficavam cada vez maiores e mais difíceis de se abater. Os alossauros, para poder acompanhar as circunstâncias precisaram crescer ainda mais e tornar-se cada vez mais fortes. No início do Cretáceo os alossauros originam os carcarodontossauros, predadore maiores e mais fortes, que também caçavam em grupos, mas eram capazes de matar os maiores saurópodes.

Entre os primeiros dinos dessa nova família estava o estranho Acrocanthosaurus (abaixo). Diferentes de seus primos do hemisfério sul, o Acrocanthosaurus teve de adaptar-se a dietas diferentes, já que, ao contrário da América do Sul e África, os saurópodes eram raros na América do Norte.



Para não desaparecer ele desenvolveu um gosto especial por iguanodontes, que abundavam em seu território. Mas não dispensava o robusto Pleurocoelus, um dos raros saurópodes que ainda sobreviviam nos EUA.

Por ser um dinossauro pouco adaptado a altas velocidades, acredita-se tenha desenvolvido técnicas de caça baseadas em emboscada. Ele aproximava-se cautelosamente da presa. Quando estava bem perto atacava rapidamente, rasgando com seus dentes especiais o couro grosso e arrancando grandes bocados de carne. É possível que, como os atuais dragões-de-Komodo, os carcarodontossauros tivessem grande quantidade de bactérias em sua saliva. Uma única mordida poderia provocar uma grave infecção na vítima, que morriam em questão de horas ou de poucos dias. Este era um método fácil e de poucos riscos, que permitia aos predador conseguir grande quantidade de alimento com um gasto mínimo de energia, sem que este tivesse que temer por sua segurança. Afinal o único trabalho seria o de morder e depois, esperar.

Apesar de relativamente raros no hemisfério norte, mais ao sul os carcarodontossauros tiveram seu auge, alcançando portes impressionantes à medida que suas presas também cresciam. Entre os mais poderosos predadores desse grupo está o Carcharodontosaurus (abaixo), do norte da África, com cerca de 12,5 m de comprimento.



Na América do Sul também abrigou animais desse tipo. Um dos mais célebres e o Giganotosaurus, de 13 m (abaixo).



Uma descoberta mais recente indica a presença de um carcarodontossauro ainda não batizado na Argentina com cerca de 14,5 m de comprimento e prováveis 9 toneladas.

A presença de carcarodontossauros tão parecidos na Argentina, Brasil e norte da África é a prova definitiva de que até cerca de 110 milhões de anos esses dois continentes estiveram unidos e os animais podiam "passear" entre eles livremente.

Ainda no início do Cretáceo observa-se uma diferenciação entre os pequenos celurossauros e o surgimento de novos grupos como o dos dromeossauros ("raptores"), ornitomimossauros (dinossauros onívoros semelhantes a avestruzes), oviraptorssauros ("lagartos ladrões de ovos") e os ancestrais dos espinossauros e tiranossauros.

Um dos mais impressionantes grupos de predadores foi o dos dromeossauros, ou mais popularmente, raptores. Esses animais, em geral de pequeno porte, podem ser comparados com os atuais lobos. Inteligentes, sociáveis, ágeis e letais... essas podem ser algumas de suas definições. Seu tamanho reduzido era compensado por sua incrível capacidade de agir em bandos. Animais como o Deinonychus, do porte de um humano adulto, podiam derrubam grandes iguanodontes como o Tenontosaurus, de mais de 2 toneladas.

No que se refere ao tamanho, a única exceção à regra era o enorme Utahraptor (abaixo). Com cerca de 7 m de comprimento e 500 quilos, esse grande carnívoro caçava animais como o Iguanodon, herbívoro de 4 toneladas. Os dromeossauros foram bem sucedidos até o final do Cretáceo.



Há cerca de 110 milhões de anos, apesar de ainda muitos carcarodontossauros, novos e interessantes dinossauros carnívoros apareciam.

Entre os mais exóticos estavam os espinossauros, dinossauros de focinhos longos e braços fortes. Não se sabe exatamente quem deu origem a eles. Muitos acreditam que exista uma relação entre espinossauros e animais como o Coelophysis. O formato dos focinhos e dentes indicam que esses animais baseavam sua dieta em peixes. Sabe-se que nesse período haviam grandes peixes dipnóicos de 2 m de comprimento, que poderiam ser ótimas fontes de alimento. Imagine um lago há 110 milhões de anos. Um enorme Spinosaurus (abaixo) aguarda na margem que um peixe desavisado passe por ele. Como um raio o carnívoro lança seu focinho na água. Com seus dentes apropriados ele o apanha. Usando as garras enormes em forma de anzol o Spinosaurus segura o peixe, enquanto os dentes o desmantelam.



Não se descarta a hipótese de que tais animais também complementassem sua dieta comendo carcaças de saurópodes deixadas pelos ferozes carcarodontossauros. Seus longos focinhos e pescoços podem ter sido úteis para afundar-se na carcaça. Também é possível que usassem seus fortes braços e longas garras como arma para derrubar herbívoros como os iguanodontes, comuns na época. Alguns cientistas acreditam que os longos braços permitiam que os espinossauros caminhassem também nas quatro patas. Se isso for verdade então este seria o primeiro caso de um dinossauro carnívoro capaz de caminhar em duas ou quatro patas.

Os espinossauros foram típicos apenas do Cretáceo Médio. O registro fóssil desses animais desaparece há cerca de 90 milhões de anos. Até onde sabemos a maioria deles viveu no Hemisfério Sul (América do Sul e África), mas existem casos de espinossauros na Europa e Ásia. A partir de 90 milhões de anos nota-se o início do declínio dos carcarodontossauros. À medida que suas presas começavam a desaparecer, esses poderosos predadores tinham dificuldade para apanhar animais menores e mais ágeis.

Nessa mesma época começa a ascensão dos primeiros tiranossauros no Hemisfério Norte e dos abelissauros no Hemisfério Sul. Os dois grupos eram representados por grandes carnívoros de pernas longas, cabeças grandes e pescoços curtos, além de membros anteriores extremamente reduzidos. Os abelissauros do sul tinham crânios bem característicos e eram adaptados para velocidade. Entre os mais famosos está o Abelisaurus (ao lado) e o Carnotaurus.



Acredita-se que também relacionados com os abelissauros estão os noassauros, dinossauros que por muito tempo foram confundidos com os dromeossauros, especialmente por seu estilo e suas garras curvadas nos pés. Hoje considera-se que entre esses dois grupos (noassauros e dromeossauros) existe um caso de evolução convergente. Entre os noassauros o mais temido provavelmente era o Megaraptor (ao lado), semelhante a um grande dromeossauro, tinha 8 m de comprimento.

Os tiranossauros, os mais famosos entre os grandes carnívoros, só apareceram nos últimos 15 milhões de anos do Cretáceo. Originários da Ásia, chegaram através do Estreito de Bering ao oeste da América do Norte. Não há conhecimento desses animais no Hemisfério Sul. São caracterizados por terem crânios enormes, com olhos frontais e mandíbulas muito fortes. Em contrapartida seus membros anteriores eram muito curtos e munidos de apenas 2 dedos. Alimentavam-se principalmente dos hadrossauros e ceratopsianos, comuns nesse período. Mas existe uma grande discussão entre os paleontólogos a respeito da maneira como eles conseguiam seu alimento. Alguns defendem a idéia de que eram apenas carniceiros. Outros acreditam que eram eficientes predadores. O mais provável é que fossem um pouco dos dois, dependendo da ocasião.

Entre os mais famosos dinossauros desse tipo estão o Tyrannosaurus, Albertosaurus (abaixo) e Daspletosaurus .



Também ao final do Cretáceo um interessante grupo de predadores pequenos evoluiu. Tendo seus ancestrais entre os dromeossauros, os troodontes eram um pouco menores e mais esbeltos que seus antepassados. Ainda tinham garras curvas nos pés, mas eram menores. Diferentes dos raptores, preferiam uma vida mais solitária.

Seus olhos grandes indicam um animal de hábitos noturnos. Suas principais presas eram pequenos mamíferos que se esgueiravam entre as folhagens durante as noites do Cretáceo. Outras características interessantes desses animais são os cérebros grandes, que indicam grande inteligência, e a presença de dedos opositores nas mãos, muito úteis para agarrar suas pequenas e ágeis presas. Entre os mais marcantes troodontes estão o Troodon e o Saurornithoides . Também só foram encontrados no Hemisfério Norte.



Herbívoros
Apesar dos primeiros dinossauros serem carnívoros, algumas espécies mudaram sua dieta e passaram a ser herbívoras e, em alguns casos, onívoras. Um dos primeiros dinos herbívoros foi o Pisanosaurus. Pouco se sabe a seu respeito. Tinha pouco mais de 1 m de comprimento e viveu há cerca de 210 milhões de anos. A partir dele evoluíram animais de diferentes formas e tamanhos.

Entre os primeiros estão os prossaurópodes, como o Plateosaurus . Podiam andar tanto em duas quanto e quatro patas. Sua dentição era específica para alimentarem-se de folhas e ramos. Eram os maiores dinos de sua época. Alguns podia pesar cerca de 6 toneladas e ter 12 metros de comprimento. Em suas patas dianteiras haviam garras que tanto podiam ajudar a arrancar folhas como eram ótimos meios de defesa.

Outro grupo que se desenvolveu no final do Triássico foi o dos heterodontossauros. Esses pequenos herbívoros bípedes têm seu nome derivado de sua característica dentição. Diferente de outros dinos, seus dentes eram diferenciados em molares e caninos, Na parte da frente da boca possuíam um bico córneo. Acredita-se que os caninos eram usados para defesa.

A partir do início do Jurássico apareceram alguns novos prossaurópodes, maiores e totalmente quadrúpedes. Esses animais mais tarde dariam origem aos maiores dinossauros de todos os tempos, os saurópodes.

Ao mesmo tempo estranhos herbívoros com calombos no dorso se preparavam para dar origem aos estegossauros.

Os primeiros saurópodes apareceram há cerca de 200 milhões de anos. A partir daí se diferenciaram em várias famílias, que tinham características próprias. Mas todos dividiam características básicas tais como: corpos grandes e pescoços longos, terminados em pequenas cabeças, caudas também longas e 4 patas em forma de pilar.

O Jurássico foi o auge dos saurópodes. Diferentes tipos apareceram, mas os grupos dominantes foram o dos diplodocídeos, como o Diplodocus (abaixo), o dos braquiossaurídeos, como o Brachiosaurus (abaixo) e o dos camarassaurídeos.

Os primeiros estegossauros apareceram no médio Jurássico, há cerca de 160 milhões de anos. Tinham cabeça pequena e corpo volumoso. No dorso tinham placas ósseas que variam e forma e tamanho de acordo com a espécie. Na cauda tinham 2 ou mais pares de espigões pontudos. Sua dentição fraca permitia-lhes apenas comer folhas macias. Entre os mais famosos desse grupo está o Stegosaurus (abaixo).



Mas não havia só herbívoros gigantes durante o Jurássico. Os hipsilofodontes representavam os baixinhos da época. Esses pequenos ornitópodes já foram encontrados em todas as partes do mundo. Conhecidos por serem eram velozes, esses animais provavelmente evitavam os perigos fugindo o mais rápido possível. Seus grandes olhos na cabeça indicam boa visão. Entre os mais famosos está o Dryosaurus e o Othnielia (abaixo).



Ao final do Jurássico nota-se um grande declínio entre os saurópodes e estegossauros. O clima estava mudando e a vegetação também. Esses enormes herbívoros tiveram dificuldade em se adaptar a nova situação e começaram a desaparecer. Os estegossauros no início do Cretáceo estavam praticamente extintos, mas dois grupos de saurópodes resistiram. Eram os dicreossauros e os titanossauros.

No hemisfério norte os ornitópodes evoluíram e originaram um novo grupo, o dos iguanodontes. Esses bípedes-quadrúpedes de até 4 toneladas tinham um aparelho de mastigação muito mais desenvolvido. Na frente da boca tinham um bico córneo que cortava as plantas, enquanto que os dentes traseiros, aliados a potentes músculos de mastigação maceravam até as folhas mais duras. Essa característica permitia aos iguanodontes comer qualquer tipo de vegetação. Assim puderam se espalhar por todo o globo. Por serem tão bem-sucedidos acabaram ocupando o lugar de outros herbívoros.

Aparentemente na América Meridional e sul da África a forma herbívora dominante era a dos saurópodes titanossaurídeos e dicreossaurídeos. Da primeira família destaca-se o gigantesco Argentinosaurus (abaixo), um dos maiores dinossauros de todos os tempos.



Entre os dicreossaurídeos o mais famoso é o estranho Amargasaurus, um saurópode de barbatana de 12 metros de comprimento .

Os hadrossauros evoluíram dos iguanodontes, dos quais herdaram muitas das características. Apareceram no final do Cretáceo, há cerca de 85 milhões de anos. Já não tinham o característico esporão no lugar do polegar como seus ancestrais mas ainda eram bípedes - quadrúpedes. Ocupando o lugar de seus antecessores tornaramse por algum tempo os herbívoros dominantes.

Levando em conta o formato da cabeça são divididos em 2 grupos: hadrossauróides, (sem crista e com focinhos largos, como o Anatotitan) e os lambeossauróides ( com crista e focinhos estreitos, como o Parasaurolophus

Ainda no final do Jurássico, da mesma linhagem evolutiva que deu origem aos estegossauros surge um novo grupo de dinossauros blindados.

São os anquilossauros. Parecidos com enormes tatus são divididos em 2 grupos: nodossauróides (mais primitivos e de cauda sem porrete) e anquilossauróides (cauda com porrete).

Apesar de relativamente raros, os anquilossauros sobreviveram até o final do Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos.



Outra linhagem evolutiva que apareceu no final do Cretáceo foi a dos marginocéfalos. A partir dos ancestrais de 110 milhões de anos evoluíram 2 grupos: os paquicefalossauros e os ceratópsios. Os primeiros tinham cabeças espessas para provavelmente usá-las em disputas por fêmeas ou pela liderança do bando. Dividem-se em 2 grupos: paquicefalossauróides, de cabeça mais espessa e arredondada; e homalocefalóides, de cabeça achatada e menos espessa.



Na Ásia, há cerca de 100 milhões de anos surgem os primeiros psitacossauros, dinossauros com bico parecido com o de um papagaio. Alguns milhões de anos depois esses animais originam os protoceratopsianos, os ancestrais dos grandes dinos de cornos do Cretáceo.

Esses primeiros animais ainda não tinham cornos, mas já possuíam a gorjeia óssea característica, como o Microceratops abaixo.



Ao final do Cretáceo no hemisfério norte a paisagem estava dividida entre dois grupos de vegetarianos: os hadrossauros e os ceratopsianos.

Estes últimos são os dinossauros com cornos. Esses cornos, juntamente com as gorjeias, variavam em forma e tamanho de acordo com a espécie e são tidos como referência para dividí-los em 2 grupos: os centrossauróides, de gorjeia curta, chifres orbitais curtos e um chifre nasal longo; e os chasmossauróides, de gorjeia longa, chifre nasal curto e grandes chifres orbitais.

Onívoros
O conceito de um animal onívoro é bastante controverso. Na linguagem da Ecologia, um onívoro é aquele que se alimenta de organismos de mais de um nível trófico. Mas a maioria de nós entende que um onívoro é aquele animal que se alimenta tanto de outros animais como de vegetais. Nessa seção utilizarei o segundo conceito, mais conhecido.

No que se refere aos dinossauros onívoros, pouco se sabe sobre sua evolução. Os mais antigos registros de dinossauros desse tipo datam do início do Jurássico, há cerca de 190 milhões de anos. Um dos primeiros dinos onívoros era o Elaphrosaurus . Do tamanho de um peru essa criatura tinha uma dentição que lhe permitia tanto comer carne quanto vegetais. Acredita-se que sua dieta se baseava em pequenos lagartos, insetos e folhas.

Após o Elaphrosaurus os registros de onívoros ficaram sem preenchimento até o médio Cretáceo, há cerca de 100 milhões de anos. Nesse período aparecem 3 novos grupos de dinos onívoros.

O primeiro dele era o dos ornitomimossauros, criaturas muito parecidas com avestruzes, capazes de correr há grandes velocidades. Seu bico desdentado indica uma dieta variada. Podiam comer pequenos lagartos, mamíferos e ovos. Mas não dispensavam folhas e frutas frescas.



O segundo grupo corresponde ao dos oviraptorssauros. Também com aparência de aves, esses estranhos animais, típicos do hemisfério norte, se especializaram em comer ovos. Com seu bico poderoso eles partiam a casca grossa e lambiam seu conteúdo. Mas eles não viviam só de ovos. Acredita-se que o bico também era útil para partir ossos e quebrar cascas de nozes. Sendo assim é provável que os oviraptorssauros fossem onívoros.



O último e mais estranho grupo de dinos onívoros era o dos terizinossauros. Até hoje pouco se sabe sobre seus hábitos. Sabe-se que esses animais evoluíram de ancestrais predadores, mas ao longo do tempo mudaram sua dieta. Sua dentição indica que a maior parte do tempo comiam folhas e frutos das árvores. Mas muitos especialistas apontam que os terizinossauros complementavam sua alimentação com pequenos mamíferos e lagartos. Algumas análises comparativas demonstraram que as enormes garras dos terizinos assemelhavam-se muito com as dos tamanduás e aardwarks, animais especializados em alimentar-se de cupins e formigas.

A partir dessa análise alguns especialistas concluíram que os terizinossauros complementassem sua dieta com cupins e formigas. Suas garras poderosas eram usadas para escavar e desmembrar cupinzeiros e formigueiros. Talvez os terizinos tivessem línguas protráteis alongadas, que seriam úteis para apanhar os insetos dentro do ninho. É provável que os terizinos se alimentasse de vários quilos de insetos para poderem se satisfazer.

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